Todos nós já vivemos situações de stress no trabalho - seja pela acumulação de tarefas, pressão de chefias, mau ambiente entre colaboradores, ou até pela falta de equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal. No entanto, é quando o stress se prolonga por demasiado tempo que pode surgir uma situação de burnout.

A síndrome de burnout corresponde a um estado de esgotamento físico, mental e emocional causado pelo stress excessivo e prolongado. O burnout pode levar, inclusive, à perda de interesse ou motivação nas tarefas, resultando em declínio no desempenho profissional. Os níveis de produtividade e energia descem e o trabalhador sente-se sem esperança ou força para continuar, o que pode também originar casos de depressão.

Esta síndrome não é exclusiva de nenhuma classe profissional, mas na Enfermagem e, em geral, em profissões ligadas à saúde, existem vários estudos que apontam para um aumento dos casos de burnout nos últimos anos. No entanto, também há boas notícias: o burnout não é irreversível, e existem pequenas mudanças ao alcance de cada um de nós que contribuem para o seu fim. Mas primeiro, vejamos as suas causas.

4 Causas de Burnout em Profissionais de Enfermagem

Turnos Longos

Os turnos longos são uma das razões que, segundo estes profissionais, mais contribuem para a síndrome de burnout. Há muitos enfermeiros que fazem dois turnos, ou turnos de 12 horas, praticamente sem pausas, o que leva níveis de fadiga excessivos e também a uma maior probabilidade de erros na execução das tarefas.

Colocar os outros em primeiro lugar

O altruísmo é uma caraterística comum - e das mais apreciadas - entre os enfermeiros. No entanto, esta qualidade pode muitas vezes levar a que muitos enfermeiros coloquem as necessidades do paciente à frente das suas, o que os torna mais vulneráveis a uma situação de burnout.

Ambiente de trabalho exigente e de grande stress

Os enfermeiros têm a seu cargo várias responsabilidades e, muitas vezes, o tempo não é o suficiente para as gerir. Quando as equipas não têm recursos humanos suficientes a carga de trabalho por profissional é também superior. Assim, os enfermeiros sentem-se com frequência sobrecarregados e podem, por vezes, perder o controlo das suas tarefas.

Lidar com a doença e a morte

Os enfermeiros lidam diariamente com doenças graves e com a morte - é um facto incontornável e inerente à profissão. No entanto, a exposição constante a estes casos pode levar a um acumular de bagagem emocional e a um pesar que pode instalar-se na sua vida pessoal. Muitas vezes, o enfermeiro cria uma ligação mais próxima com o doente e, se este falecer, o ritmo acelerado e exigente da profissão nem sempre deixa tempo para descomprimir ou fazer o luto. Se o enfermeiro estiver exposto com frequência a estas situações, é mais provável que venha a sofrer de síndroma de burnout.

De que forma podemos evitar o burnout?

O síndrome de burnout entre enfermeiros não tem que ser uma fatalidade. Ser proativo em relação à saúde física e emocional ajuda-o a afastar-se do stress e a manter-se positivo no trabalho. Siga estas estratégias para afastar a síndrome de burnout:

Coloque-se em primeiro lugar

Quando se tem uma profissão que dá prioridade ao cuidado do outro, é fácil esquecermo-nos de nós mesmos. Se não existirem barreiras, é muito provável que nos tornemos escravos dos pacientes. O respeito por si mesmo e o amor próprio ajuda-o a colocar limites neste tipo de situações e a viver de forma mais equilibrada, dentro e fora do trabalho.

Dê espaço na sua agenda para que possa, todos os dias, fazer algo de que goste - mesmo que seja apenas durante uns minutos. Dê prioridade à sua saúde mental ed programe também algum tempo só para relaxar, desligado da tecnologia ou outras distrações. E não se esqueça de dormir as horas suficientes.

Faça uma boa gestão do stress e das emoções

Se sente que está acumular stress, não ignore os sinais. Agir atempadamente é uma das formas mais eficazes de evitar que o burnout se instale. Não deixe que os sentimentos associados a um dia difícil fiquem apenas consigo - encontre um ombro amigo com quem possa desabafar e esquecer os problemas. E se o stress não o abandona mesmo depois do trabalho, o exercício físico, a meditação ou até escrever um diário ajudam-no a melhor gerir as emoções mais difíceis.

Peça ajuda sempre que precisar

Nunca é demais dizer que os sinais não devem ser ignorados. Se atingiu um ponto de saturação, se sente exausto, sem motivação ou até com um sentimento de alienação, não hesite em procurar ajuda profissional.

A síndrome de burnout pode atingir estudantes de enfermagem, estagiários ou profissionais com carreiras mais longas. Lembre-se que é importante adotar medidas preventivas, de forma a manter o seu bem estar e a não deixar que o burnout afete o seu amor pela profissão e a sua carreira.